O que o prefeito foi fazer em Israel? 30zj

Sirenes soam, mísseis caem e o terror cerca um país pequeno, cercado por inimigos imensos.
sexta-feira, 13 de junho de 2025
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Arquivo pessoal)
(Foto: Arquivo pessoal)

Ouvi essa pergunta dezenas de vezes hoje, enquanto o líder da cidade se escondia em um  bunker por causa de ataques do Irã e do eixo do terror. Há poucos meses eu me vi nessa mesma situação, no maior ataque de mísseis balísticos da história do mundo. Quando a sirene soa, em todos os lugares ao mesmo tempo, você entende o que é viver em um país cercado por territórios, que vivem para lhe destruir, com centenas de vezes seu tamanho. 

O deserto é um local difícil mesmo sem isso, em que se plantando nada dá, o Sol é escaldante, o frio é extremo. Israel ainda tem todos os problemas naturais de uma democracia onde os direitos são idênticos e que mantém a ortodoxia religiosa mais profunda em cidades como Safed e partes de Jerusalém com paradas gays mundialmente famosas. Que tem também palestinos até em sua Suprema Corte e no Parlamento. A história desse país se assemelha muito à viagem do prefeito: tem tudo para dar errado, parece que vai dar errado, muitos torceram para dar errado, mas por algum milagre, dá muito certo. 

Apesar de Israel nunca ter começado uma guerra, ninguém foi mais atacado, seja com armas ou com mentiras. E como em todas as outras, a vitória nessa é inegável, esmagadora, e em todos os fronts: Irã, Hamas, Hezbollah, Houthies, milícias iraquianas, Síria, todos se achavam poderosos, mas nada puderam fazer. 

E ainda sobrou tempo para Israel ter sucesso estrondoso em todas as áreas, e pagar uma viagem com tudo para auxiliar municípios como o nosso a se desenvolver. Mais chocante ainda é o país ser criticado por isso, muitas vezes por pessoas que declararam por escrito apoiar a luta do Hamas, como é o caso de apresentadores de TV e até deputados de nossa cidade.     

Isso até me lembrou quando o país gastou 100 milhões de dólares e enviou seus filhos, sem aviso prévio, para retirar corpos da lama de Brumadinho. Ainda tiveram que ouvir dessas pessoas e de pseudojornalistas, que tinham vindo atrás de nióbio ou que a ajuda não foi útil. Essa única unidade atuou em mais de uma centena de países mas não explorou nióbio em nenhum.  

Em 2022, Israel montou um hospital autônomo completo na Ucrânia, com 66 leitos e centro cirúrgico. Com a guerra nada mudou, em 2023  o país mandou 500 profissionais de resgate e médicos para a Turquia e a Síria, territórios inimigos, montou um hospital de campanha no Marrocos, onde atendeu até 200 pacientes por dia, no mesmo ano, e em 2025 foi um dos primeiros países a enviar ajuda a Miamar. Na África Subsaariana forneceu água potável a quase 6 milhões de pessoas através de uma única ONG chamada Innovation Africa. 

Ainda em 2023 também lançou seu último satélite ao espaço, uma história iniciada em 1988. Israel já detinha a melhor tecnologia do mundo antimísseis, mas ela era cara, por isso está em fase final de testes uma nova, que usa, literalmente, raio laser. 

Em 2024, Israel foi incrivelmente a 5ª nação mais feliz do mundo, segundo dados do World Hapiness Report, e viu sua bolsa valorizar 28% no mesmo ano, 4 vezes e meia a média dos países europeus. Entre os palestinos que têm cidadania israelense, quase  80% afirmaram preferir viver lá do que em qualquer outro país do mundo, como mostrou a pesquisa Democracy Index 2024. 

Em apenas 77 anos de existência, com um população menor que a da região metropolitana do Rio de Janeiro (9.5 milhões de pessoas), Israel ganhou 13 prêmios Nobel. Além disso, nenhum outro país recebeu tantos refugiados e os tornou cidadãos, literalmente milhões: judeus, druzos, cristãos, bahai, gays e muitas outras minorias perseguidas.     

É também o único país que tem progressivamente mais florestas, ano após ano. Uma das cenas que mais me impressionou durante minha viagem, foi ver um deserto de pedra em uma linha reta se transformar em pomares maravilhosos de quilômetros, que os terroristas fazem de tudo para incendiar em tempos de seca. Eu trabalhei em alguns desses pomares, substituindo trabalhadores que fugiram em 2024. 

Todos aprendem na escola que a água potável é um recurso que está diminuindo no mundo, mas em Israel é o inverso, 80% da água usada no país é dessalizada e ele ainda está enchendo o Mar da Galileia com 100 milhões de metros cúbicos por ano. 

No século 19, o escritor Mark Twain visitou a região, então sob o domínio Otomano, e disse que as maiores cidades eram vilas minúsculas que ele circulava a pé em minutos. Como os outros 70% da Palestina Otomana, ou seja a Jordânia, são até hoje, mesmo com Israel fornecendo 100 milhões de metros cúbicos de água para eles, todos os anos. Tel-Aviv, que era um misto de deserto e pântanos em 1909, hoje é um dos metros quadrados mais caros do mundo com arranha-céus impressionantes.

Se você leu até aqui, já sabe o que o prefeito foi buscar em Israel. Me resta deixar o link para a Feira de Inovação para Cidades, que é um dos compromissos que ele vai participar. Vai com Deus, Johnny, quem tem fé, não tem porque temer, e sua coragem será recompensada para o beneficio de Nova Friburgo.

 

* O autor do texto estudou em Sderot, a cerca de dois quilômetros da Faixa de Gaza, entre 2003 e 2005. Já foi diversas vezes a Israel, sendo a última viagem, em 2024.

 

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